O documentário conta a história da “Vaza Jato”, série de reportagens produzida pelo site de jornalismo independente que mostrou a armação criada pela operação “Lava-Jato” que culminou com a prisão de Lula e com a ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência.
A diretora do filme, Maria Augusta Ramos, acompanhou os jornalistas do Intercept Brasil,Glenn Greenwald e Leandro Demori, na época em que estavam publicizando e trazendo à tona as nuances de um dos maiores exemplos de Lawfare no Judiciário brasileiro. Nas duas horas de documentário, as cenas do processo que levou à prisão do Presidente Lula se mesclam com as vivências do trabalho jornalístico do Intercept Brasil, bem como entrevistas com vários personagens que gravitavam no entorno da operação “Lava-Jato”.
Conforme o apresentado no documentário, a “Vaza-Jato” revelou como os envolvidos na operação deflagrada pela Polícia Federal, que teve como principais personagens o ex-Procurador Deltan Dallagnol e o ex-Juiz Sérgio Moro, hoje ambos em carreiras na política em oposição ao Presidente Lula, manipularam as ferramentas jurídicas, o Judiciário e a mídia para perseguirem seus adversários. Os atos judiciais do juiz e do procurador foram repreendidos por suas respectivas categorias, revisados por Cortes superiores e órgãos internacionais de proteção de Direitos Humanos, a demonstrar como ambos violaram preceitos básicos do Estado Democrático de Direito, além de terem auxiliado a chegada da extrema direita ao poder em nosso país, cujo mais recente golpe desferido contra as instituições da República foi a malfadada tentativa de golpe de Estado no dia 08 de Janeiro.
Ao final do documentário, o espectador pode levantar os seguintes questionamentos: até que ponto os interesses pessoais e políticos dos membros do Judiciário e do Ministério Público influenciam sua atuação funcional? O cenário de instabilidade democrática experimentada pelo Brasil nos últimos teria acontecido, se não houvesse a concorrência direta desses personagens? O desenho institucional de 1988 pecou ao não prever mecanismos efetivos de responsabilização e controle dos órgãos de justiça?
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